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Tuesday 1 September 2015

A feminista

Quando nasci, fui condenada
A uma existência estéril
Histérica, gaslihgted, abusada
Eternamente subjugada

Proibida de me aceitar
Seu corpo é sujo
Sua ideia é enganosa
Você tem que se odiar
Compre os nossos produtos
E aprenda a se amar

Proibida de me projetar
Seu futuro está claro
Faça esse trabalho
E não o que você quer fazer
Não é bonito, Não é feminino
Você não tem querer

Proibida de me reproduzir
Corte meu corpo, você não pode parir
Parir é sujo, parir é um perigo
Amamentar é nojento
Amamentar é trabalhoso
Amamentar tanto tempo é perigoso
Devolva os seios ao marido

Proibida de me expressar
Cala-se, respeite minha opinião
O médico estudou anos
O marido sabe melhor
Todos querem o nosso bem
Ninguém quer partir meu coração

Quando nasci, fui exterminada
Esterilizada, emasculada
Desempoderada, desenganada
Por essa eterna ingratidão