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Friday 28 November 2014

Quando me calo

Quando me calo, consinto com sua fala
Sua sala de espelhos repletos de imanges tortas

Quando te comportas vejo um rio de falsas atitudes
E vicissitudes amiúde o meu sofrer

E no meu entender me faço gente
Rente, quente e fremente de ardente paixão

E de paixão se fazem os sonhos risonhos
Enfadonhos de tanta felicidade

E na felicidade se esconde o cinismo
O modismo, o realismo, o facismo

Quem precisa do triste, fica em riste
à espera do deslize necessário

O belizário conta o conto dormente
Demente, sedento, escorrendo

O córrego sangra de mortes não vividas
A vida explode de saudades esquecidas

O universo se encanta com a matança
Das células descarnadas dos objetos inanimados

Os desalmados se revigoram na saga sentida
Dessa dor esquecida, sofrida, fingida

Quando me calo permito a sua invasão
Seu coração me atinge com armas de fogo

Quando me calo meu medo me mata
E nessa morte eu vivo há muito tempo...

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