Quando me calo, consinto com sua fala
Sua sala de espelhos repletos de imanges tortas
Quando te comportas vejo um rio de falsas atitudes
E vicissitudes amiúde o meu sofrer
E no meu entender me faço gente
Rente, quente e fremente de ardente paixão
E de paixão se fazem os sonhos risonhos
Enfadonhos de tanta felicidade
E na felicidade se esconde o cinismo
O modismo, o realismo, o facismo
Quem precisa do triste, fica em riste
à espera do deslize necessário
O belizário conta o conto dormente
Demente, sedento, escorrendo
O córrego sangra de mortes não vividas
A vida explode de saudades esquecidas
O universo se encanta com a matança
Das células descarnadas dos objetos inanimados
Os desalmados se revigoram na saga sentida
Dessa dor esquecida, sofrida, fingida
Quando me calo permito a sua invasão
Seu coração me atinge com armas de fogo
Quando me calo meu medo me mata
E nessa morte eu vivo há muito tempo...
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